Padre Antônio Vieira
“Nascer português era obrigação de morrer peregrino…”
(Sermão de Santo Antônio, Roma, 1670)
Nasce em Lisboa, 6 de fevereiro de 1608 onde vive até partir com a família para o Brasil, na Baia, em 1614. Com 15 anos inicia o noviciado no colégio dos jesuítas da Bahia em 1623. Faz os seus primeiros votos como clérigo e 1625 e vai trabalhar como professor de Retórica no q jesuíta de Olinda. No ano seguinte, 1626, escreve a “Carta Ânua” na qual relata o estado calamitoso da colônia e das missões, devido aos ataques neerlandeses e prega pela primeira vez na Baia, em 1633, com emprenho na resistência contra os neerlandeses. É ordenado sacerdote em 1635.
Parte, em 1641, para Lisboa, onde meses antes tivera lugar a revolta Restauracionista. Lá decide apoiar a causa do duque de Bragança. Um ano depois, 1642, prega pela primeira vez na Capela Real e passa a dar a sua opinião em questões de governação e ganha poder na corte de D. João IV. Tanto que em 1643 defende veementemente os cristãos-novos portugueses e três anos depois, em 1646, parte em missão diplomática para França e Holanda, em busca de apoios para a causa dos rebeldes de Portugal. Na Holanda permanece até 1649 e prepara a “História do Futuro” e aprofunda as suas ideias messiânicas e onde contata diversos judeus ali residentes.
Em 1652 Vieira parte para o Maranhão como missionário, mas volta a Lisboa, em 1655 onde procura sensibilizar o rei para as carências das missões jesuítas no Maranhão e volta ao Brasil bem sucedido nessa missão. Só que em 1661 ele é expulso do Maranhão, na sequência de uma revolta dos colonos contra os jesuítas e volta a Lisboa. Lá, em 1662, com a subida ao poder de Afonso VI, perde influência na corte e vai viver algum tempo no Porto, afastado da corte. Três anos depois, 1665, é interrogado pela Inquisição de Coimbra, devido, antes de mais nada, às suas ideias messiânicas e, como consequência, foi proibido em 1667 de pregar e fica com residência fixa no colégio de Coimbra.
Mas, em 1668, com a subida ao poder do infante D. Pedro e da sua facção, ele é anistiado, regressa a Lisboa e retoma a pregação na Capela Real. Um ano depois ele parte para Roma, onde trabalha em defesa dos cristãos-novos portugueses e contra a Inquisição e também frequenta a corte de Cristina da Suécia. Recebe do papa, em 1675, uma isenção da jurisdição inquisitorial e regressa a Lisboa, mas lá perde influência na corte de D. Pedro. Lá publica, em 1679, o 1º tomo dos “Sermoens”. Dois anos depois, em 1681, regressa a Baia, onde se ocupa da escrita dos sermões e de outros textos. Diminui gradualmente a sua intervenção pública. Em 1688 é nomeado como Visitador da Província do Brasil e do Maranhão e morre, em 1697, a 18 de julho, aos 89 anos, na cidade da Baia.
(Texto do Instituto Camões – Portugal – Painel 2 da Exposição Padre Antônio Vieira – sob guarda do IHG-SJDR)